Que direi?Não queres mais pintar a Corte,
desviste o teu olhar da suntuosidade dos nobres,
não queres mais pintar perucas, nem mesmo a hipocrisia?
Em primeiro apoiaste os franceses.Ledo engano,
em oculto testemunhaste o que fizeram ao teu povo.
O Iluminismo...Hã! esperaste tanto.
-Mas o que fez?
Matou os teus pares.
Não queres mais as cores vibrantes de uma Corte despótica,
queres relatar , deixar na história as enfermidades do teu tempo
ao invés de oferecer as visões de um mundo mais "nobre".
E o teu tempo ofereceu-lhe enfermidades excepcionais.
Introspectou-se.
Resolveu mostrar como os homens podem transformassem em animais
quando confrontados com a guerra.
Tu mesmo, como testemunha oculta viu tudo, e ainda,outros vinham
relatar o sofrimento , a Guernica.
Foi impossível para ti não deixar para a posteridade tamanha maldade.
Em Terceiro de maio de 1808: A execução dos defensores de madri.
Dá o teu passo para Modernidade.
Chorei, quando vi a história narrada,
impactou-me a cena com iluminação tão dramática.
A vítima, pobre espanhol, se destaca.
Com os braços abertos, qual Cristo crucificado, denuncia
qual recorrente é a morte de inocentes.
Escondeste a face dos algozes.
Só deixa que se destaquem essas cruéis máquinas assassinas,
tão obsoletas , mas tão Modernistas agora.
Destino cruel...
Os mortos do teu relato, caídos ao chão já dizem qual será
o destino dos outros.
Pintaste o psicológico, o dramático.
A pouca luz, a escuridão faz emergir quem serão os próximos.
Faz-me olhar por cima dos ombros dos algozes,
faz-me contemplar o rosto do desgraçado.
Cruel Goya! Como me fazes assim? Entrar naquela noite,
faz-me também testemunha do horror.
Odeio os franceses com ódio cruel por tamanha covardia.
Oh!meu contemporâneo Goya se pudesses ver como tudo se repete.
Seremos cores, seremos vítima, nobre talvez,
ResponderExcluire não morreremos de braços abertos e nem na escuridão.